A SOBERBA É A MELHOR COMPANHEIRA DA SOLIDÃO...
Durante minha trajetória nessa história que envolve o ALDO E ESSAS MULHERES TODAS, entendi que somente as experiências do Aldo ou as minhas não seriam suficientes para passar ao leitor um mapa mais amplo do caminho ao entendimento das mulheres, dessa forma para abranger mais amplamente o assunto, conclui juntamente com meu amigo Aldo que seria necessário um estudo mais aprofundado dESSAS MULHERES TODAS.PARCERIA COM ALDO...
Numa tarde de verão estava eu e minha nova colega de apartamento, sentadas na sala vendo televisão e fazendo unha, nossa maior preocupação era o que faríamos à noite, afinal era sábado e estávamos solteirérrimas. O Aldo chegou com aquela cara que quando eu batia os olhos pensava “ferrou!”. _Olá – Aldo vestia uma camisa polo listrada de azul branco e verde, usava uma bermuda azul-marinho e um tênis branco – EU QUERIA MORRER COM AQUELE TÊNIS BRANCO!!!! – ele me beijou a testa e foi entrando, apresentei a Laura para ele enquanto ainda analisava aquela cara de sujeito abobalhado de amor.- o que farão hoje?Me sentei no sofá peguei o controle remoto da tv e desliguei o aparelho, pois sabia que já vinha bomba. “_Nada até agora- respondi.”Aldo foi até a geladeira e pegou uma cerveja e começou a falar como doido, disse que então já tínhamos um programa, pois sua namorada, uma linda estudante de medicina daria uma festa bombástica com pessoal para lá de culto e que seria o máximo.Eu logo pensei “desde quando estudante de direito se dá bem com a galera da medicina? È muita soberba reunida”, mas meu amigo apaixonado nos convenceu que a galera era legal.A Laura mais que depressa topou e ficou buzinando na minha cabeça que estudante de medicina era bom partido, aff...namorei um uma vez, vivia duro e os amigos pagavam suas cervejadas, semcontar que era piradaço e bebia feito louco, ele se formou, mas trabalha no SUS e ganha uma miséria.Sem muito argumento para discutir com os dois e sem ter muita opção de balada acabei topando em acompanha-los no aniversário da tal Fatima, mas antes tivesse ficado em casa.A Fatima era filha bastarda de um figurão que a mãe extorquia para se manter. Ela estava no terceiro ano de medicina em uma faculdade particular que o pai pagava para que sua esposa não descobrisse que ele havia pulado a cerca. Ela morava em um desses apartamentos antigos e amplos com a avó que assim como sua mãe nascera para ser amante.Eu não posso falar que a Fatima padecia do mal de família e nascera para ser amante ou para extorquir homens, talvez por crescer assistindo esse tipo de comportamento dentro de casa ela se rebelou decidindo que seria auto suficiente para pisotear homens e mulheres (os homens pela sua conduta de traidores e as mulheres por serem desfrutáveis).A moça era esquisita, não de rosto ou corpo, ao contrário ela era até bonita, mas tinha um olhar frio, sarcástico e arrogante. E foi com essa cara de ser superior que ela veio nos receber assim que chegamos à sua festa.Não havia muita gente, aliás para uma estudante de medicina achei que teria pelo menos metade dos alunos de sua sala, mas não, contanto com o irmão mais velho da Fatima, três de seus vizinhos de prédio e nós, eu o Aldo e a Laura, na festa tinha exatamente quatorze pessoas. Mas logo entendi por que..._Essa Fatima não tem amigas? - comentou a Laura baixinho no “pé” do meu ouvido._Pois é...a maioria é homem - respondi enquanto olhava ao meu redor e pensava “e tudo esquisito, não dá nem para conhecer alguém interessante nessa festa.”O Aldo que não saia do lado de sua amada e seu irmão, viu que estávamos deslocadas e nos chamou para nos apresentar ao seu cunhado Pedro. Cara legal, simpático, marqueteiro, descolado..., nada de parecido com a irmã que mal nos olhava na cara, a própria soberba em forma de gente.Eu e a Laura não agüentamos muito aquela festa entediante e acabamos topando dar um role com o Pedro e seu amigo Douglas, e a noite que prometia ser muito chata acabou se tornando agradabilíssima com o Pedro não parando de zoar a irmã._Ela é patética - dizia ele em meio as goladas de cerveja- é minha irmã, eu a amo, mas é ridícula. Tenho pena do Aldo, o cara é legal, mas ninguém merece ser namorado da minha irmã._Por que isso? - perguntou Laura._A Fatima é como o pai dela arrogante, só porque tem nota boa na faculdade acha que é a melhor médica do mundo, coitada nem se formou ainda - disse Douglas – ela até é bonitinha, mas eu jamais daria uns beijos nela, com certeza ela viria falando daquele monte de doenças que podemos pegar através da saliva.Embora Laura, Pedro e Douglas não parassem de rir, aquilo tudo me dava vontade de chorar, pois sabia que mais uma vez o Aldo quebraria a cara, mas para minha surpresa não foi o que aconteceu...Cinco sábados depois...O Aldo chegou em minha casa mandando que eu arrumasse as malas pois iríamos para o litoral, “só eu e você!”, enfatizou antes que eu perguntasse sobre a Fatima. Arrumei a mochila e partimos.No caminho conversamos muito sobre as mulheres e enroscos que meu amigo arrumara nos últimos anos. Falei que ele tinha que ter mais cuidado ao se envolver, que deveria parar de mergulhar de cabeça, mas de repente me dei conta que ele não tocou no nome da Fatima, então perguntei o que estava acontecendo.Durante alguns minutos o Aldo manteve seu olhar fixo na estrada, então voltou-se para mim e começou a falar que a Fatima morreria sozinha, que era muito arrogante, que se achava o máximo, que tudo dela era melhor, mais culto, mais educado e mais rico. Que no jantar na noite anterior ela havia mandado a mãe calar a boca dizendo que ela não sabia de nada da vida, pois não passava de uma amantezinha fútil e aproveitadora.Ouvi aquilo e fiquei imaginando quanto problema emocional e de criação tinha aquela coitada, que na verdade não passava de uma coitada mesmo se achando a tal da “última bolacha do pacote.” O Aldo tinha razão a Fatima viveria para o resto de sua vida como uma médica neurastênica que vive a base de cafeína e drogas em plantões para não ter que voltar para casa e presenciar a solidão que ela mesma plantara. E foi o que aconteceu.Mas naquela tarde indo para a praia, algo diferente aconteceu, eu e o Aldo entendemos que o mundo das mulheres vai muito além de suas aparências. NÃO, a alma de uma mulher não pode ser decifrada pela forma como ela se porta ou se veste, sentimentos como raiva, ira, tristeza, decepções, educação pode transformar uma mulher (considerada frágil) em um verdadeiro monstro sem coração.Daquele momento em diante eu e o Aldo decidimos catalogar ESSAS MULHERES TODAS, o Aldo mais fascinado por elas do que eu, foi ainda mais longe, decidiu estudar psicologia... UMVERDADEIRO UNIVERSO DE DIVERSIDADES FEMININAS. (continua na próxima edição...).
Continua na próxima edição...